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Mensagens

A mostrar mensagens de 2009

Assim como em Belém!

O Natal se aproxima, e com ele um clima de grande alegria e paz. Este é um tempo especial, vivido intensamente por quase todas as pessoas, mesmo os não católicos. Há sempre uma grande movimentação, seja nas casas, seja no comércio ou nas ruas. Todos querem manifestar aquilo que sentem e a alegria que cresce em cada coração, por isso enfeitam o seu espaço com muitas luzes, fitas, cores e o tradicional presépio. São símbolos bastante expressivos, que merecem uma reflexão. Dos evangelhos de Lucas e de Mateus temos a narração de como foi o nascimento de Jesus, em Belém, numa manjedoura e cercado de animais e pastores. Um nascimento simples, humilde, sereno. Um nascimento que mostra onde encontramos o rosto humano de Deus. Desde o século III, data das primeiras peregrinações a Belém, já há sinais da celebração do Natal. No século IV começaram a surgir as primeiras representações, com pinturas, relevos e frescos, provavelmente a pedido de Santa Helena, mãe do imperador Constantino. Porém foi

O Natal está a chegar!

Aproximamo-nos da celebração do natal do Senhor, um tempo de grande festa e alegria. Nosso coração deve preparar-se para bem acolher o menino, e é exactamente isso o que a liturgia do Advento nos pede. Neste terceiro domingo do advento, somos convidados a meditar sobre duas perguntas fundamentais: onde está a nossa alegria? e: o que devo fazer? Somos convidados a manifestar a nossa alegria, pois Deus está connosco. Esta é a mensagem da primeira leitura, do livro de Sofonias. Se Deus está no meio do povo, não há o que temer, afirma o profeta. Deus enche-nos de júbilo e de alegria, pois nos renova com o seu amor. O texto que hoje lemos de Sofonias é um trecho acrescentado no período do pós-exílio. Ao voltar da Babilónia, o povo estava muito feliz e sentia fortemente a presença de Deus no seu meio. Foi Deus quem os libertou e possibilitou o início de um novo tempo. O natal é também o símbolo de um recomeço, sinal de que Deus está no mundo, age no mundo, está entre nós, e quer construir no

Sacrosantum Concilium - A renovação e valorização da Liturgia

(publicado na Revista Familia Cristã) No dia 25 de Janeiro de 1959, há 50 anos, o Papa João XXIII anunciava a necessidade de convocar um novo Concílio Ecuménico, o 21º da História da Igreja – o anterior, Vaticano I, tinha ocorrido em 1870, mas sem grande repercussão. Na convocatória do Concílio Vaticano II, publicada apenas em 25 de Dezembro de 1961, o Papa especificou as razões do encontro: “A Igreja assiste a uma crise que aflige a sociedade humana”. João XXIII fazia assim um convite à Igreja para distinguir “os sinais dos tempos” (Mt 16,3) e manter-se vigilante e responsável, confiante em Cristo. O Concílio seria a resposta da Igreja ao desejo de colaborar mais eficazmente na solução dos problemas da época. Assim foi verdadeiramente. O primeiro documento aprovado pelos bispos conciliares, cerca de dois mil e duzentos, foi a Sacrosantum Concilium, sobre a Liturgia. A renovação da Liturgia era uma exigência unânime, fruto das transformações trazidas pelo movimento litúrgico iniciado n

bom fim de semana...

A tua vida íntima é alimentada pelas coisas que tu mais valorizas. Se desejas nutrir a esperança, alimenta a tua intimidade com os valores nobres. Se queres construir a paz, enaltece-a com alimento correspondente. Se queres ver um mundo melhor, começa sendo solidário e atencioso. Escolhe sempre a parte boa de tudo o que te rodeia. Procura as virtudes nas pessoas e em todas as actividades do teu dia.
Tudo o que precisas para seres feliz está dentro de ti! Procura dentro do teu íntimo e encontrarás as respostas que procuras. Todas as tuas angústias, dúvidas e questões serão saciadas se meditares com calma, se procurares com paciência as respostas no teu interior. Quanto mais te conheceres, mais saberás lidar com os teus sentimentos e maior será o teu controlo sobre as tuas acções. Explora aos poucos, pois tens muito a descobrir.

A Partilha

Neste 32º domingo do tempo comum, a liturgia nos reserva uma importante lição sobre a doação e a partilha, seja do que temos, seja do que somos. As leituras estão centradas na história de duas viúvas, uma do antigo testamento, no tempo de Elias, e outra no tempo de Jesus. Duas viúvas que doam tudo o que tem. A primeira recebe a bênção eterna de Deus, a segunda recebe um elogio de Cristo e certamente a participação no reino. Nas leituras de hoje vamos ver principalmente que partilhar não depende da abundância de bens, mas da atitude de doação, do amor que se tem no coração. A primeira leitura é tirada do livro de Reis e mostra o início da missão de Elias. É chamado o início do ciclo de Elias. O profeta chega à Fenícia, uma terra que enfrenta um grande período de seca, atribuído principalmente à idolatria, pois ali se adorava o deus Baal. Elias encontra-se com uma viúva, na cidade de Sarepta. É uma cena forte de fome, dor, decepção, tristeza. A mulher e o filho “esperam a morte”, sem esp

A vida é eterna!

O mês de Novembro está tradicionalmente ligado, na fé cristã, à recordação dos fiéis defuntos. Nós católicos temos um carinho bastante especial pelos falecidos, que é demonstrado ao longo de todo o ano com as missas rezadas na sua intenção, nas orações contínuas pelo seu descanso em paz, pela memória das muitas virtudes e acções dos entes queridos que nos deixaram para fazerem parte do Reino do Céu. Desde o século II existe a tradição de se rezar pelos mortos, visitando os túmulos dos mártires e as catacumbas. No século V, a Igreja começou a dedicar um dia especial para rezar por todos os mortos – em íntima ligação com a Festa de Todos os Santos –, inclusive os desconhecidos e esquecidos, pelos quais ninguém rezava. A tradição foi-se intensificando a partir dos pedidos de oração pelos falecidos por parte de Santo Odilon, abade de Cluny (século X), e dos Papas Silvestre II, João XVII e Leão IX (século XI). No século XIII fixou-se oficialmente o dia 2 de Novembro para esta memória. Desde

O compromisso da fé

Ao longo do Tempo Comum, a liturgia da Palavra enfatiza a vida pública de Jesus. Ela nos aponta um caminho a seguir, a partir das palavras e acções do Salvador. Acompanhamos Cristo que passa por diversos lugares, encontra diversas pessoas, realiza muitos sinais e apresenta o Reino de Deus a todos. Quando abrimos o nosso coração para seguir Cristo neste caminho, sentimo-nos mais vivos e realizados. Este é inclusive um belo tema para meditarmos este mês: Como nos empenhamos no caminho de seguimento de Cristo? Como vivemos a liturgia e a palavra viva do Evangelho? Em Portugal cerca 85% da população declara-se católica, o que seriam actualmente nove milhões de pessoas. Mas segundo o último recenseamento realizado pela Igreja, apenas 18,7% dos católicos participam regularmente da comunidade – pouco mais de um milhão e meio de pessoas. O número dos que são de facto engajados e comprometidos é ainda menor. A que se deve estes números tão reduzidos? Certamente existem diversos factores, como a

XII DOMINGO COMUM

A liturgia da Palavra do décimo segundo domingo do tempo comum convida-nos a reflectir sobre a divindade de Jesus, ao mesmo tempo em que nos convoca a professarmos sempre com mais intensidade a nossa fé. É um duplo convite, guiado pelo refrão do Salmo que diz: Dai graças ao Senhor, porque é eterna a sua misericórdia. Como bem recordamos, neste ano B a liturgia nos apresenta o evangelho de Marcos. E a principal característica deste evangelho é responder a uma pergunta fundamental: quem é Jesus? Marcos nos conduz à resposta desta questão. O texto de hoje nos dá uma boa dica para descobrirmos quem de facto é Jesus. Nele encontramos até mesmo a pergunta de forma bem explicita na boca dos discípulos: Quem é este homem que até o vento e o mar lhe obedecem? O evangelho narra o episódio ocorrido no lago de Genesaré. Jesus e os discípulos atravessavam para a outra margem quando uma tempestade ameaçava virar o barco. Jesus dormia, mas é despertado pelos discípulos e acalma as forças da natureza.

3a semana da pascoa

No terceiro domingo da Páscoa o tema central da liturgia continua a ser a ressurreição de Cristo, mas esta semana com uma perspectiva bastante específica: a mudança de vida e de atitude que deve surgir a partir da ressurreição de Cristo. No evangelho vemos Lucas a narrar mais uma aparição de Cristo ressuscitado. Este trecho é imediatamente posterior à narração dos discípulos de Emaús e descreve o encontro de Jesus com toda a comunidade reunida. Isso significa que não apenas os discípulos e apóstolos tem contacto directo com o ressuscitado, mas toda a comunidade dos que crêem. Inclusive a nossa comunidade hoje. Enquanto os discípulos de Emaus falam aos demais o que se passou no caminho, Jesus aparece no meio deles e deseja a paz. A narração de Lucas procura responder à dificuldade da comunidade em crer e entender a ressurreição dos mortos. Certamente esta dúvida ainda existe nas nossas comunidades, por isso é importante meditar bem este texto. Cristo ressuscitado não é um fantasma, ele

RENASCER EM CRISTO!

Cristo ressuscitou, aleluia! Alegremo-nos com a vitória da vida sobre a morte, do amor sobre o ódio, da alegria sobre a dor... Alegremo-nos com Cristo, que nos mostrou um novo horizonte a vislumbrar, o horizonte da vida eterna. A sua ressurreição deu um novo sentido à vida humana, aproximando ainda mais o humano do divino e vice-versa. Exactamente por isso, a Páscoa tornou-se a principal festa cristã, evento central da fé e do calendário litúrgico. A celebração da Páscoa, porém, vem de muitos séculos antes de Cristo. O termo deriva da palavra hebraica Pessach, que significa “passagem”. Os pagãos celebravam com uma grande festa, com muita bebida e comida a passagem do Inverno para a Primavera, os primeiros frutos da terra e a vida da família e dos rebanhos. Os judeus também celebram a Pessach desde muitos séculos. No capítulo 12 do livro do Êxodo temos a narração da origem da Páscoa Judaica: antes de enviar a 10.ª praga ao Egipto, Deus chamou todas as família hebreias a sacrificar um co

É tempo de oração e caridade!

Estamos no tempo da Quaresma. Ao longo dos quarenta dias que antecedem o tríduo pascal, a liturgia apresenta-nos textos muito belos e ricos, que enfatizam principalmente a penitência, a oração e a conversão. De facto, este é um tempo privilegiado para o exame de consciência, para uma meditação profunda sobre a nossa vida, as nossas acções, o nosso modo de ser cristão. Quaresma é um termo que vem do latim e significa quadragésima, em referência aos dias de preparação para a Páscoa. Este período de preparação é vivido pela Igreja desde o século IV, ou antes se pensarmos que já no século II havia um tríduo com jejum e orações antes da festa maior da fé cristã, a Paixão e Ressurreição de Cristo. Nesta época eram comuns a penitência pública, como gesto de verdadeiro arrependimento e conversão, e o canecumenato (preparação para o Baptismo). O Concílio Vaticano II resgatou a vivência do canecumenato, com um programa que envolve os cinco domingos da Quaresma. Assim, a eleição dos catecúmenos p

Quaresma

Olá. Esta semana temos um motivo bastante especial para celebrar: iniciamos o tempo da Quaresma. Este é um tempo muito significativo e profundo, que nos convida à meditação da palavra, à oração, ao silêncio, à abstinência. Estamos num tempo de preparação, de reflexão, um tempo propício para acompanharmos a vida de Cristo e toda a sua trajetória de doação e amor. Entramos num tempo de purificação. Uma purificação semelhante à que a liturgia da palavra deste domingo nos apresenta. Na primeira leitura vemos a narração do dilúvio. Deus chamou Noé, um homem justo, e mandou-o construir uma arca. Os que entraram na arca se salvaram, e com eles Deus estabeleceu uma nova aliança. A água do dilúvio é água purificadora, como a água que nos purifica no nosso baptismo. Neste relato do livro do Génesis não vemos um Deus que castiga, mas um Deus que quer a vida em sua plenitude. Um Deus que não aceita uma vida fútil, mesquinha, uma vida desperdiçada pela prática do mal. O dilúvio não é castigo, mas p

Bem vindo 2009

O começo de um novo ano é sempre um momento privilegiado da nossa vida. É uma óptima oportunidade para fazermos um exame de consciência, para reflectirmos sobre o rumo que tomamos no ano anterior e principalmente para fazermos novos planos. Temos um ano inteiro pela frente, pronto para ser preenchido da melhor maneira possível. Muitas coisas boas nos aguardam, muitos encontros, muitas celebrações, muitas realizações, muitos momentos felizes. Não desperdices nenhuma oportunidade que tiveres em 2009, vive intensamente cada momento, pois são nas coisas simples do quotidiano que encontramos as maiores alegrias. Neste mês de Janeiro temos momentos muito fortes da liturgia, boas oportunidades para começarmos o ano com energia e vigor. Começamos já no dia 1 com a solenidade de "Santa Maria, Mãe de Deus". No ano 431, o Concílio de Éfeso proclamou solenemente o dogma da Maternidade Divina de Maria: ela é verdadeiramente Mãe de Cristo, que é verdadeiro Filho de Deus. Maria é, assim, a

Epifania

Olá. Neste domingo celebramos a solenidade da epifania do Senhor. Epifania significa “manifestação” ou “revelação”. Revelação definitiva de Deus aos homens através de Seu Filho encarnado. Jesus é o verdadeiro Deus, verdadeiro Senhor e Rei, o Messias esperado por séculos e anunciado pelos profetas. A epifania faz-nos recordar e fortalecer a esperança que vem de Deus, representada nos reis magos, que se opõe radicalmente à ganância e ao desejo de poder do mundo, representado na figura de Herodes. Os textos bíblicos que hoje lemos trazem muitos símbolos e devem ser interpretados em todos os seus pormenores. Na primeira leitura temos um belo poema de Isaías que canta o triunfo da luz em Jerusalém. Estamos num contexto de pós-exílio. Os judeus voltam a Jerusalém, mas sentem imensas dificuldades em recontruir a cidade. Isaías convida a cidade a erguer-se e resplandecer, pois é Deus quem a sustenta. É uma motivação e um convite à transformação, à vida nova. O texto do evangelho de Mateus apre