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Pelas crianças que sofrem



Através do seu vídeo do mês de novembro, o Papa Francisco pede orações pelas crianças, em modo particular pelas crianças que sofrem, para que “possam ter acesso à educação e possam redescobrir o afeto de uma família”. Três grupos de crianças em situação de vulnerabilidade são recordados pelo Papa em modo especial: as que vivem na rua, os órfãos e as vítimas das guerras. 

Somente no Brasil, existem atualmente cerca de 70 mil crianças em situação de rua, segundo dados de um recente estudo feito pela ONG Visão Mundial. A maioria destas crianças vivem situações de extrema violação de direitos, sofrendo diversas formas de violência, além de muitas vezes serem forçadas ao trabalho infantil ou a pequenos furtos. A fome, o frio e a doença são presenças constantes, assim como a insegurança diante de um ambiente extremamente hostil. 

A estas crianças e adolescentes em situação de rua se somam outras 35 mil abrigadas em casas de acolhimento e instituições públicas por todo país. Desse total, apenas pouco mais de 4 mil estão disponíveis para adoção, e outras tantas em processo de adoção, informa o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento. Outro dado muito preocupante é que cerca de 40 mil crianças e adolescentes desaparecem de casa anualmente no nosso país. Sendo que cerca de 15% delas some sem deixar nenhum tipo de vestígio e jamais são reencontradas. 

O terceiro grupo recordado de modo particular pelo Papa são as crianças que vivem em territórios afetados pelas guerras ou conflitos vários, como Ucrânia, Nigéria, Mianmar, Paquistão, e diversas outras nações nas regiões do Oriente Médio e da África. No Iêmen, por exemplo, os conflitos armados já duram 11 anos, somando algo em torno de 233 mil mortos e 2,3 milhões de crianças em desnutrição aguda devido a falta de água potável e de atendimento médico à população. O Haiti, aqui bem perto de nós, é outro país que sofre com a violência, sendo as crianças as principais vítimas.

Alguns sinais de esperança brotam do pedido do Papa Francisco por orações e ações que priorizem as vítimas de violência e abandono. É importante ressaltar que a Igreja sempre se esforçou por amparar as crianças e adolescentes, administrando hoje no mundo 9.230 orfanatos, 10.441 jardins de infância e 72.785 creches com cerca de 7.510.632 alunos; 99.668 escolas primárias para 34.614.488 alunos; 49.437 escolas secundárias para 19.252.704 alunos. Estes dados disponibilizados pelo Vaticano no último 24 de outubro fazem ver, por um lado, que estamos empenhados em responder aos problemas sociais do mundo; mas por outro lado mostra que os governos e as nações ainda têm muito a fazer para a construção de um mundo mais justo e igualitário. 

O Papa enfatiza a responsabilidade que cabe a cada um de nós na defesa destas crianças que não são números, mas têm rosto, nome, identidade. Que o seu convite a rezar pelas crianças que sofrem possa nos provocar e iluminar ao longo do mês de novembro, gerando iniciativas concretas em favor destes pequenos e frágeis preferidos de Jesus.

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