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Meditação - 4º domingo da Quaresma


Estamos vivendo um dos momentos fortes do ano litúrgico, a preparação para a maior festa cristã: a Páscoa do Senhor. Para auxiliar-nos neste caminho de preparação, de oração e de penitência, a liturgia deste domingo apresenta uma bela meditação sobre a salvação e a ação de Deus no mundo. Mostra que Deus ama o seu povo e nunca o abandona, apesar de muitas vezes sermos infiéis.
A primeira leitura, do livro das Crônicas, é o texto que conclui os livros históricos, que encerra a Bíblia hebraica, e por isso tem uma função especial: fazer um resumo muito sucinto sobre o caminho do povo de Deus, um caminho marcado pela infidelidade do ser humano e pela fidelidade de Deus. Finaliza com uma mensagem de esperança, mostrando que Deus trará a salvação. Esta salvação, como veremos, está em Cristo, o Filho de Deus encarnado, que morre e ressuscita para nos redimir do pecado. Neste resumo da história do povo de Israel vemos que a destruição de Jerusalém e o exílio na Babilónia foram interpretados como castigo de Deus pela infidelidade do povo que se afastou da Aliança. 
Mas o exílio, visto como uma humilhação e desgraça, tem uma função pedagógica. Serviu para fazer o povo refletir sobre o seu modo de agir. E produziu frutos inesperados, como a consciência do pecado, uma produção teológica muito grande e o reflorescer de práticas espirituais. Isso mostra que os momentos de tristeza e humilhação podem ser ideais para uma reflexão e mudança de vida. O silêncio e o rigorismo da quaresma servem igualmente para fazermos uma revisão de vida, procurando encontrar o que realmente é significativo e importante.
São Paulo ajuda-nos neste caminho. Afirma sem sombra de dúvidas que o essencial é Jesus Cristo. Ele é a luz que ilumina a nossa vida. Ele é o caminho que devemos seguir. Ele nos salvou quando vivíamos no pecado. Ele deu-nos a vida plena, como dom, graça, e só pede que optamos por segui-lo. Há somente dois caminhos possíveis, segundo Paulo: ir em direção à luz, ou ir em direção às trevas. Qual caminho escolhemos? E como demonstramos esta nossa opção nas ações quotidianas?
Jesus é a fonte da vida e da salvação. É a luz que nos guia. É a prova viva do amor de Deus. Quem opta por ir em direção a Ele será salvo, afirma-o também o evangelista João. Só quem opta pelas trevas não encontra a salvação. Cristo veio para redimir a todos, mas deixa-nos livres para escolhermos o nosso caminho.

A sua cruz questiona a todos e impele a uma resposta concreta. Não podemos ficar indiferentes diante de Cristo crucificado. Ou negamos Cristo, ou assumimos a nossa fé, e isso significa seguir Jesus: praticar a justiça, a verdade e o amor. Assim como no deserto todos os que olhavam para a serpente de bronze ficavam curados, todos os que contemplam e aceitam Jesus crucificado são curados e retirados das trevas. Aceitar a cruz e todas as consequências que ela traz é o caminho para uma vida nova. O tempo da quaresma é propício para contemplarmos Cristo crucificado. Mas devemos ir além. Devemos aceitá-lo. Devemos identificar-nos com Ele. Devemos imitá-lo na prática do bem. Devemos testemunhá-lo em tudo o que fazemos e somos.

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