A liturgia da palavra deste domingo, 16º do tempo comum, fala de dois temas principais, que acabam
por ser complementares: primeiro é o modo como Deus age; e o segundo é como o
reino de Deus cresce no mundo.
A primeira leitura apresenta
o rosto de Deus de uma maneira muito interessante. O livro de Sabedoria
diz-nos: “Vós, o Senhor da força, julgais com bondade e governais-nos com muita
indulgência.” Aqui vemos apresentado o rosto amoroso de Deus. Deus que perdoa,
que acolhe, que protege. Deus que cuida de cada um de nós. Este é o rosto
materno de Deus, carinhoso, bastante diferente da maior parte do antigo
testamento que apresenta um Deus que castiga, Deus forte, poderoso. Deus é forte,
é justo, é poderoso, mas trata toda a gente com doçura, com carinho, com
mansidão. Este é o rosto de Deus revelado também por Jesus Cristo como veremos
no evangelho, e é o rosto de Deus apresentado na segunda leitura. Paulo escreve
aos Romanos que Deus vê o íntimo dos nossos corações, Deus conhece as nossas
mais profundas necessidades e envia o seu Espírito para guiar-nos e conduzir-nos.
“O Espírito Santo vem em auxílio da nossa fraqueza”, escreve o apóstolo.
Hoje vemos na liturgia um
Deus amoroso, um rosto materno de Deus, mas um Deus que age na história
constantemente. É na história, na sociedade, que o seu Reino cresce e mostra
seus frutos. Isso é o que lemos no evangelho de Mateus. O evangelho de hoje
continua a temática do último domingo, onde vimos a parábola do semeador. Cada
terreno ou cada pessoa produz o fruto à sua maneira, em alguns a semente seca,
mas em outros dá cem por um. Hoje temos três novas parábolas sobre o Reino.
Todas elas revelam que o Reino de Deus cresce no mundo em meio aos conflitos.
Jesus usava muito as parábolas, esta era a sua pedagogia, o modo como gostava de falar ao povo. Isso porque as parábolas tocam o coração das pessoas, elas transmitem ensinamentos profundos de uma forma simples, com que toda gente entenda. O ensinamento que as parábolas do evangelho hoje trazem é a resposta à questão: como é o reino de Deus? Uma curiosidade de todos. Jesus diz-nos: “O reino dos Céus pode comparar-se a um homem que semeou boa semente no seu campo. Enquanto todos dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi-se embora… O reino dos Céus pode comparar-se ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo… O reino dos Céus pode comparar-se ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado…”
Jesus usava muito as parábolas, esta era a sua pedagogia, o modo como gostava de falar ao povo. Isso porque as parábolas tocam o coração das pessoas, elas transmitem ensinamentos profundos de uma forma simples, com que toda gente entenda. O ensinamento que as parábolas do evangelho hoje trazem é a resposta à questão: como é o reino de Deus? Uma curiosidade de todos. Jesus diz-nos: “O reino dos Céus pode comparar-se a um homem que semeou boa semente no seu campo. Enquanto todos dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi-se embora… O reino dos Céus pode comparar-se ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo… O reino dos Céus pode comparar-se ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado…”
O objectivo destas parábolas
é responder às mesmas perguntas que incentivaram a redacção do livro da
Sabedoria, na metade do século 1 a.C. Se Deus é justo, como ele
permite que exista tanta injustiça e desigualdade no mundo? No livro de
Sabedoria eram os judeus da diáspora que questionavam. Aqui são os discípulos.
Mas certamente muitos de nós já se fez esta pergunta várias vezes: “Se Deus é
justo, como ele permite que exista tanta injustiça e desigualdade no mundo?”
Na hora certa, no dia da
colheita, a divisão será feita, explica-nos Jesus. Agora é cedo, pois não se
sabe ao certo o que é o joio e o que é o trigo. Ao arrancarmos o joio podemos
também jogar fora o trigo. As estruturas do mal crescem juntas com as do Reino.
É preciso reconhecê-las para poder eliminá-las. O discípulo de Jesus é o bom
semeador, não é o inimigo. O discípulo deve semear a justiça no mundo. Aos
discípulos não cabe fazer justiça com as próprias mãos, mas sim semear. Semear
a justiça, semear o amor, semear o perdão, semear a paz.
As parábolas que lemos no
evangelho serviram para fazer a comunidade de Mateus reflectir sobre a sua
prática cristã e serve hoje para cada um de nós reflectir sobre as nossas
acções no mundo. Como devo agir? Como mostrar que sou trigo? A primeira e a
segunda leitura dão dicas importantes: agir com justiça, com misericórdia,
cuidar das pessoas como Deus cuida de nós. Devemos agir com amor.
“Quem tem ouvidos, ouça”,
diz-nos Jesus. E quem ouve, põe a palavra em prática. Vive a palavra. Por isso
cabe a nós agir para a construção do Reino. Devemos semear.
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