O mundo precisa de beleza. A beleza é um conceito humano que brota da experiência pessoal. Está relacionada à percepção de elementos que agradam de forma singular aquele que a experimenta, seja de modo empírico, mental ou espiritual. Exactamente por ser uma experiência pessoal, pode ser compreendida de modo diferente por cada um, mas há alguns princípios gerais.
Para a filosofia, por exemplo, a beleza advém da pureza do raciocínio. Raramente está relacionada à aparência superficial. A sociedade contemporânea tem uma percepção superficial e falaz da beleza, uma espécie de imposição social para determinados traços físico e perfis que não condiz com a essência do conceito. Vivemos numa ditadura da beleza, que conduz a uma forma de escravidão e de insatisfação constante, que muitas vezes tira-nos as esperanças e alegrias.
Não é desta beleza que o mundo está carente, mas sim da beleza genuína. Temos excesso de beleza física, de falsos modelos propostos pela televisão, pela publicidade, pela cultura consumista, mas carecemos da beleza pura, aquela que nos desestabiliza, nos provoca, que enche de criatividade e inspiração.
O mundo precisa da beleza que traz felicidade, que conduz a um outro plano (superior), que transforme o nosso modo de experienciar as coisas. Precisa da beleza que traz entusiasmo, pois a beleza tem a capacidade de falar ao coração da humanidade, de tocar a sensibilidade individual e colectiva, de suscitar sonhos e esperanças, de ampliar os horizontes do conhecimento e do empenho humano. Num encontro com os artistas na Capela Sistina, o Papa Bento XVI afirmou que «a experiência do belo, do autenticamente belo, do que não é efémero nem superficial, não é acessório ou algo secundário na busca do sentido e da felicidade, porque essa experiência não afasta da realidade, e sim leva a enfrentar totalmente a vida quotidiana para libertá-la da escuridão e transfigurá-la, para torná-la luminosa, bela.»
A beleza está também directamente relacionada à verdade e à bondade. Por isso o Papa Bento XVI tem insistido imenso na redescoberta da arte para evangelizar, no fim da ruptura entre a Igreja e a arte e no diálogo entre a estética e a ética. A verdade e a bondade não têm possibilidade de atrair o homem, a não ser que este se sinta tocado «por algo que fascina», como escrevia Plotino. A beleza atrai, altera o coração, toma e transfigura o ser humano. «O que pode voltar a dar entusiasmo e confiança, o que pode animar a alma humana a encontrar o caminho, a elevar o olhar ao horizonte, a sonhar com uma vida digna da sua vocação? Não é acaso a beleza?», indaga Bento XVI.
Toda esta reflexão, no entanto, deve servir para nos conduzir à fonte e origem de toda a beleza: Deus. «O caminho da beleza nos conduz, portanto, a colher o Tudo no fragmento, o Infinito no finito, Deus na história da humanidade». A beleza é um caminho rumo ao transcendente, pode portanto assumir um valor religioso e transformar-se em um percurso de profunda reflexão interior e de espiritualidade. Para conviver com o tempo histórico actual, Bento XVI busca mostrar que a fé é o encontro com a beleza, com o amor misericordioso de Deus. Através da beleza o ser humano experiencia Deus, entra em contacto com a Sua maravilha, poder e glória.
A arte sacra, com sua expressão máxima nas grandes catedrais medievais, expressa de forma exemplar como a beleza pode elevar o nosso espírito a Deus, pode tornar-nos seres espirituais. Mas é o próprio ser humano o maior sinal da beleza, expressa sobretudo na santidade querida e inspirada por Deus à Sua criatura. Recordemos o belíssimo discurso que o Papa fez no Centro Cultural de Belém há exactamente um ano. Ali convidou todos os artistas (e todos os cristão): «Fazei coisas belas, mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza».
Por meio da beleza e da arte todos podemos ser anunciadores e testemunhas da esperança e da fé cristã. Devemos redescobrir este caminho para Deus e para a felicidade que passa pela contemplação das coisas belas, seja na arte ou na natureza. E, novamente a citar o santo padre, «que o Senhor nos ajude a redescobrir o caminho da beleza como um dos itinerários, talvez o mais atraente e fascinante, para conseguir encontrar e amar a Deus.»
Para a filosofia, por exemplo, a beleza advém da pureza do raciocínio. Raramente está relacionada à aparência superficial. A sociedade contemporânea tem uma percepção superficial e falaz da beleza, uma espécie de imposição social para determinados traços físico e perfis que não condiz com a essência do conceito. Vivemos numa ditadura da beleza, que conduz a uma forma de escravidão e de insatisfação constante, que muitas vezes tira-nos as esperanças e alegrias.
Não é desta beleza que o mundo está carente, mas sim da beleza genuína. Temos excesso de beleza física, de falsos modelos propostos pela televisão, pela publicidade, pela cultura consumista, mas carecemos da beleza pura, aquela que nos desestabiliza, nos provoca, que enche de criatividade e inspiração.
O mundo precisa da beleza que traz felicidade, que conduz a um outro plano (superior), que transforme o nosso modo de experienciar as coisas. Precisa da beleza que traz entusiasmo, pois a beleza tem a capacidade de falar ao coração da humanidade, de tocar a sensibilidade individual e colectiva, de suscitar sonhos e esperanças, de ampliar os horizontes do conhecimento e do empenho humano. Num encontro com os artistas na Capela Sistina, o Papa Bento XVI afirmou que «a experiência do belo, do autenticamente belo, do que não é efémero nem superficial, não é acessório ou algo secundário na busca do sentido e da felicidade, porque essa experiência não afasta da realidade, e sim leva a enfrentar totalmente a vida quotidiana para libertá-la da escuridão e transfigurá-la, para torná-la luminosa, bela.»
A beleza está também directamente relacionada à verdade e à bondade. Por isso o Papa Bento XVI tem insistido imenso na redescoberta da arte para evangelizar, no fim da ruptura entre a Igreja e a arte e no diálogo entre a estética e a ética. A verdade e a bondade não têm possibilidade de atrair o homem, a não ser que este se sinta tocado «por algo que fascina», como escrevia Plotino. A beleza atrai, altera o coração, toma e transfigura o ser humano. «O que pode voltar a dar entusiasmo e confiança, o que pode animar a alma humana a encontrar o caminho, a elevar o olhar ao horizonte, a sonhar com uma vida digna da sua vocação? Não é acaso a beleza?», indaga Bento XVI.
Toda esta reflexão, no entanto, deve servir para nos conduzir à fonte e origem de toda a beleza: Deus. «O caminho da beleza nos conduz, portanto, a colher o Tudo no fragmento, o Infinito no finito, Deus na história da humanidade». A beleza é um caminho rumo ao transcendente, pode portanto assumir um valor religioso e transformar-se em um percurso de profunda reflexão interior e de espiritualidade. Para conviver com o tempo histórico actual, Bento XVI busca mostrar que a fé é o encontro com a beleza, com o amor misericordioso de Deus. Através da beleza o ser humano experiencia Deus, entra em contacto com a Sua maravilha, poder e glória.
A arte sacra, com sua expressão máxima nas grandes catedrais medievais, expressa de forma exemplar como a beleza pode elevar o nosso espírito a Deus, pode tornar-nos seres espirituais. Mas é o próprio ser humano o maior sinal da beleza, expressa sobretudo na santidade querida e inspirada por Deus à Sua criatura. Recordemos o belíssimo discurso que o Papa fez no Centro Cultural de Belém há exactamente um ano. Ali convidou todos os artistas (e todos os cristão): «Fazei coisas belas, mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza».
Por meio da beleza e da arte todos podemos ser anunciadores e testemunhas da esperança e da fé cristã. Devemos redescobrir este caminho para Deus e para a felicidade que passa pela contemplação das coisas belas, seja na arte ou na natureza. E, novamente a citar o santo padre, «que o Senhor nos ajude a redescobrir o caminho da beleza como um dos itinerários, talvez o mais atraente e fascinante, para conseguir encontrar e amar a Deus.»
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