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A mostrar mensagens de setembro, 2023

Do descarte ao acolhimento

  No seu vídeo do mês de setembro, o Papa Francisco apresenta e questiona algumas contradições do nosso tempo, convidando-nos a rezar pelos “ invisíveis ” da sociedade.  O Papa chama a atenção de todos nós para um problema histórico, mas que tem se agravado na sociedade contemporânea:  a indiferença . Ao mesmo tempo em que o ambiente digital e as novas formas de comunicação, sobretudo as redes sociais, permitem uma superexposição de pessoas e situações, por outro lado essas mesmas redes excluem tudo o que considera “desagradável”, feio, pouco atrativo. Tratam com indiferença um grupo muito grande de pessoas, por não serem “comercialmente interessantes”. No seu vídeo do mês, o Papa indica categorias de pessoas que se tornaram invisíveis por questão de pobreza, dependência, doença mental ou deficiência, mas se pensarmos bem existem tantas outras pessoas excluídas dos perfis digitais maquiados e inflados por diversos estratagemas comerciais a fim de atrair e cativar. Superexposição, de um

Semente do futuro

  O Papa Francisco já está em Lisboa com milhares de jovens do mundo todo. A Jornada Mundial da Juventude é o maior evento da Igreja Católica e certamente um dos maiores eventos mundiais, juntando uma multidão de jovens e adultos que procuram descontração, mas acima de tudo uma experiência de comunhão e fé. De diversas partes do planeta, todos unidos em Lisboa para viver na prática a cultura do encontro que o Papa tanto insiste e promove. O tradicional vídeo do mês com a intenção de oração do Papa não podia deixar de enfocar este tema. E com uma inovação significativa. No vídeo deste mês, Francisco respondeu a algumas perguntas de jovens que se preparavam para ir a Portugal. Três perguntas, para ser exato. E perguntas muito inquietantes e provocativas, que fazem parte do imaginário de tantos outros jovens: 1. A Igreja é coisa de velhos? 2. Por que escolheu como lema desta JMJ “Maria levantou-se e partiu apressadamente”? 3. O que espera desta JMJ de Lisboa? As respostas do Papa são, com

Eucaristia, centro da vida cristã

  O Catecismo da Igreja Católica (n. 1324), retomando a constituição dogmática  Lumen Gentium  (n. 11), do Concílio Vaticano II, declara que “a Eucaristia é fonte e cume de toda a vida cristã”. Este foi inclusive o tema da XI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, realizado em 2005, dois anos após a publicação da encíclica do Papa João Paulo II sobre a Igreja que vive da Eucaristia ( Ecclesia de Eucharistia ). Naquela ocasião, a Igreja refletiu sobre a Eucaristia como fonte e ápice da vida e da missão da Igreja, sacramento da nova aliança, dom a ser descoberto constantemente, mistério de fé proclamado.  É inegável, portanto, a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja. Para reforçar essa certeza, o Papa Francisco dedicou seu vídeo do mês exatamente a esse sacramento, convidando-nos a rezar “para que os católicos ponham no centro de suas vidas a celebração da Eucaristia, que transforma as relações humanas e abre ao encontro com Deus e com os irmãos”. O Papa sublinhou que na

Pelo fim da tortura

  Quando penso em tortura, a primeira imagem que me vem em mente são cenas relacionadas à Inquisição, uma chaga na história tantas vezes mencionada pelos que querem atacar a fé e a Igreja. Em diversas cidades da Europa, por sinal, é comum encontrarmos “museus da tortura”, que recordam tal período. Mais do que expor objetos, esses museus têm uma função social, alertando para tais práticas cruéis e ajudando-nos a refletir sobre os males e consequências negativas que aquela realidade provocou na história.  Mas ao mesmo tempo que visualizo mentalmente as cenas da Inquisição, recordo também de tantos relatos relacionados à ditadura no Brasil e em diversos outros países, tanto do passado quanto do presente. Inúmeros grupos continuam exigindo explicações e respostas das autoridades sobre males cometidos por tais regimes totalitários. Todos certamente já ouvimos falar do movimento “Tortura nunca mais”, ou das “Mães da praça de maio”, para recordar a terra natal do Papa Francisco. Na luta contr

Maio, mês de Maria!

  Maio é o mês tradicionalmente dedicado a Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe. Maria era filha de Joaquim e Ana, prometida em casamento a José. À primeira vista uma mulher comum, como qualquer outra do seu tempo. Seguidora dos mandamentos bíblicos e dotada de diversas qualidades. Fiel às tradições judaicas, fiel ao seu tempo e à sua cultura. No entanto, certo dia esta adolescente moradora de Nazaré recebe a visita de um anjo (cf. Lc 1,26-33) e tudo muda: na sua vida e na própria história da humanidade. Uma nova criação era anunciada, um novo futuro traçado. Através da sua resposta – «Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra» ( Lc 1, 38) – Maria diz sim ao projeto proposto por Deus, para ela própria e para a humanidade. O seu “sim” marca o início de um novo tempo e da admiração e carinho de todos os que com ela conviverem. Desse modo se inicia a participação de Maria no plano salvífico de Deus.  A menina simples de Nazaré tornou-se modelo de fé, de doação, de seguimento

Carismas a serviço da Igreja

Maio é o mês mariano por excelência. Nossa atenção está voltada sobretudo para a Mãe e Rainha, sinal de acolhida, de encontro, de fé e de amor. Entretanto neste mês de Maria o Papa Francisco também nos convida a direcionar nossa atenção e orações para os diversos movimentos e grupos eclesiais, que simbolicamente podem ser vistos como este grande manto de Maria que, em nome do Filho Jesus, se abre para acolher, proteger e unir todos seus filhos. A intenção de oração de maio, apresentada pelo Papa Francisco no seu recente vídeo do mês, convida-nos a rezar “ para que os movimentos e grupos eclesiais redescubram cada dia a sua missão evangelizadora, pondo os próprios carismas a serviço das necessidades do mundo ”. “ A serviço ”, enfatiza o Papa. De fato, cada movimento é independente, mas estão todos a serviço da Igreja, ou seja, devem trabalhar em harmonia e unidade com os bispos e as paróquias. É essa característica de serviço que mantém o dinamismo da missão dos movimentos eclesiais, qu

Tolerância zero

Iniciamos há pouco a Quaresma, tempo muito significativo e profundo, que nos convida à meditação da Palavra, à oração, ao silêncio, ao jejum e à abstinência. É tempo de preparação e de reflexão, tempo propício para acompanharmos a vida de Cristo e toda sua trajetória de doação e amor. Tempo sobretudo de penitência, purificação e conversão. Provavelmente por isso o Papa Francisco é muito direto e contundente na sua intenção de oração deste mês de março, divulgada através do seu tradicional   vídeo do mês . Uma vez mais o Papa toca em uma das chagas da Igreja – o problema dos abusos –, mostrando que não tem medo de falar sobre assuntos delicados. O enfoque central são os abusos contra menores, mas a sua mensagem alerta contra qualquer tipo de abuso exercido pelos membros da Igreja: abuso de autoridade, de abuso de poder, abuso econômico, abuso sexual, abusos físicos e psicológicos. Mais precisamente, o Papa pede para que “ rezemos por quantos sofrem por causa do mal cometido por parte de