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A solidariedade na dor


No mês em que celebramos a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, o Papa nos convida a rezar “pelos médicos e pelo pessoal humanitário presentes em zonas de guerra, que arriscam a própria vida para salvar a dos outros”. 
Estima-se que hoje estão em curso cerca de 60 guerras no mundo, combates armados de diferentes tipos que continuam a provocar morte de milhares de pessoas a cada ano. Os conflitos mais violentos são os do Afeganistão, do Iraque, da Síria e Turquia, da Arábia Saudita e Iêmen. Mas também guerras geradas pelo tráfico de drogas provocam milhares de mortes, como no caso do México (13 mil mortes em 2018), das Filipinas, da Colômbia e das favelas do Rio de Janeiro. Alguns conflitos duram mais de 50 anos, como a guerra entre as duas Coreias, ou o conflito Israel-Palestina. Enfim, são muitas as razões para nos entristecermos diante da realidade mundial. Por isso o Papa insiste na promoção de uma cultura da paz e do encontro. São imensos os seus esforços para eliminar os conflitos mundiais e gerar a paz entre os povos. Os seus discursos insistem muito neste tema, mas também as suas visitas pastorais tocam sempre esta ferida da humanidade. 
Neste mês, de modo especial, o Papa nos pede para rezar por uma categoria de pessoas presentes nas guerras mas para combater a violência. Estão presentes para promover o fim dos conflitos, para promover a paz e dar um pouco de alento às pessoas feridas profundamente pela dor dos combates. Pessoas que “arriscam a própria vida para salvar a outros”, diz o Papa. Pessoas que se solidarizam com a dor e o sofrimento alheio e buscam levar por alguns instantes um pouco de serenidade aos territórios afetados. 
Assim como os conflitos, também são muitas as pessoas que se solidarizam com a dor e o sofrimento dos povos afetados pelas lutas armadas e dedicam um tempo precioso da sua vida para ajudar o próximo. Estas pessoas são verdadeiros discípulos de Jesus, mesmo que por vezes não sejam cristãs. São modelos de seguimento porque, como Jesus, doam a sua vida pela salvação da humanidade. Jesus o fez de modo pleno e definitivo na sua Paixão e Ressurreição. Estas pessoas fazem em modo particular, em situações precisas, no pouco, que no entanto significa muito. São verdadeiras testemunhas e discípulas de Cristo porque, como o Mestre, pensam em primeiro lugar no próximo, no ser humano, e não em si próprias. Superam o egoísmo por uma causa maior. 
É certo que sozinhas não resolvem os problemas da guerra, mas dão um precioso contributo. Levam um pouco de humanidade em um contexto de “desumanidade”, de trevas, de ódio. Levam um pouco de esperança a um contexto onde impera o mal e a tristeza. Dão um pouco de dignidade a estas pessoas desprovidas dos seus direitos fundamentais. São como pequenas gotas de chuva num deserto, mas no pouco que tocam são capazes de provocar uma transformação, fazer renascer sentimentos, reavivar o espírito humano e a fé. 
São também imensas as associações e instituições de ajuda humanitária que auxiliam neste árduo trabalho. A ONU, a Caritas, os Médicos Sem Fronteiras, a AMI (Assistência Médica Internacional), a Ajuda a Igreja que Sofre, a Cruz Vermelha... a lista é enorme, felizmente, assim como são muitas as congregações religiosas que se dedicam especialmente a esta missão. Talvez você até já contribua com alguma destas instituições. De qualquer maneira é sempre bom conhecer o trabalho que elas realizam e o bem que fazem, especialmente nas zonas de guerra. Durante este mês, ao mesmo tempo que rezamos na intenção que o Papa Francisco nos confia, procuremos abrir o nosso coração e mente para compreender o sofrimento que as pessoas que vivem em territórios afetados pelos conflitos sentem dia após dia. Ao mesmo tempo, busquemos colaborar a partir da nossa realidade e possibilidades com a promoção da paz e da cultura do encontro, favorecendo a construção de pontes e a destruição dos muros e dos preconceitos, como constantemente insiste o Papa. 

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