Avançar para o conteúdo principal

Meditação - XIII tempo comum


A liturgia da palavra do décimo terceiro domingo do tempo comum convida-nos a refletir sobre a vida e a morte, ou melhor, sobre o sentido da vida e a esperança da ressurreição que vence a morte.
O livro da sabedoria diz-nos que Deus criou o ser humano para a vida, para o bem e para a justiça. Criou-o à sua imagem e semelhança. Quer portanto a vida para todos. Pelo pecado, fruto da força do mal, no entanto, a morte entrou no mundo, como força poderosa e ameaçadora. Como superar então este dilema entre a vida e a morte? Por Jesus Cristo. Com a sua ressurreição, Jesus Cristo venceu a morte. Por ele somos salvos e também nós vencemos a morte, ganhamos a vida eterna. A morte passa a ser apenas uma passagem, pois somos destinados para a vida e não para a morte. 
Interessante notar, porém, que o livro da sabedoria diz que a imortalidade é para aqueles que não se deixam levar pelo demônio, mas são conduzidos por Deus e praticam a justiça. A justiça é expressa de muitos modos, como por exemplo na solidariedade com os pobres, como mostra a segunda leitura. Paulo pede aos coríntios que sejam generosos e auxiliem os pobres de Jerusalém. A igualdade é um dos princípios da justiça, por isso quem tem mais deve ajudar o que tem menos. O que Paulo pede aos coríntios é pedido também a cada cristão hoje. Quem se destaca no testemunho da fé deve também destacar-se na prática da caridade e da generosidade, pois fé e ação, fé e obras, estão intimamente ligadas. 
O evangelho de Marcos reforça a reflexão sobre a morte e a vida. Temos o relato de duas curas milagrosas. A cura de duas mulheres, uma que há 12 anos estava morta para a sociedade, pois era considerada impura e por isso era excluída do convívio. Outra adolescente, que morreu com 12 anos. Certamente podemos ler neste número simbólico a ação de Jesus que vence a morte e devolve a vida às 12 tribos de Israel. 
Pelo relato, Marcos mostra que Jesus é maior do que a impureza e do que a morte. Jesus dá a vida, vence a morte, devolve-nos a imagem e semelhança do Deus que nos criou para a vida. O fato de uma mulher andar e a outra levantar e comer significa que elas voltaram à vida plena, realizando tudo o que se espera de uma pessoa totalmente curada.
É interessante notar nestes dois milagres a centralidade da fé. Num dos casos (na mulher que é curada da sua hemorragia) é a fé pessoal que torna possível o sinal e intervenção de Deus. No outro (da menina que volta à vida), é a fé de Jairo, seu pai, que gera o milagre. Em ambos os casos há o confronto da fé que torna tudo possível com a incredulidade de outras pessoas presentes. Mas mais importante é constatar que ambas manifestações de fé são agradáveis a Deus e importantes para a nossa salvação. Tanto a fé pessoal como a fé comunitária produzem efeitos. 
É importante a nossa oração pessoal e a nossa prática da caridade, como vimos na comunidade de Corinto, pois elas manifestam a nossa fé individual. Mas é também importante a fé coletiva, que se vive em comunidade e em família, a que passa de geração para geração, sendo a eucaristia o memorial quotidiano da vitória de Cristo sobre a morte, onde manifestamos a nossa fé comunitária. Com que postura realizamos uma e outra ação? Como testemunhamos uma e outra fé? 

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Dinamismo della santità

La santità è la nostra vocazione principale (come battezzati), è l'essenza della vita cristiana. Essere cristiano vuol dire essere chiamato alla santità. Di questo ci ricorda Gesù che dice ai discepoli: " Siate voi dunque perfetti come è perfetto il Padre vostro celeste " (Mt 5,48); e Paolo che scrive: "Scrivo a tutti voi che siete a Roma e che siete amati da Dio e chiamati alla santità" (Rm 1,7) e "[Cristo] ci ha salvati e ci ha chiamati con una vocazione santa" (2 Timoteo 1,9 - cfr 1Ts 3,13; 4,7; 1Cor 1,2). Nel corso della storia abbiamo molti esempi di santità. Uomini e donne che hanno vissuto questa vocazione cristiana alla perfezione, che hanno vissuto in profondità il Vangelo. Erano persone normali come ognuno di noi, ma hanno vinto tutti i suoi limiti per servire Dio e rispondere alla chiamata alla santità. Come ricorda bene il generale nella sua lettera, “la santità non è lontana dalla vita delle persone comuni”. Ritornando alla questi

Os frutos do perdão!

Durante o mês de Março viveremos um tempo forte da liturgia que nos conduz à aproximação e intimidade com o Cristo sofredor. A Quaresma é um tempo muito significativo e profundo, que nos convida à meditação da palavra, à oração, ao silêncio, à abstinência. Estamos num tempo de preparação, de reflexão, um tempo propício para acompanharmos a vida de Cristo e toda a sua trajectória de doação e amor. Neste ano C, no qual meditamos o evangelho de Lucas, iniciamos o percurso quaresmal contemplando a revelação da glória do Filho amado do Pai, velada pela sua humanidade, e para a qual conduz os que se unem a ele (evangelho do primeiro e segundo domingo). A seguir, no evangelho dos três domingos seguintes, encontramos um itinerário de conversão que conduz a Deus, o Pai de misericórdia. Em vez de condenar os culpados, como fariam homens sem piedade, acolhe de braços abertos os pecadores que voltam para ele. Este itinerário faz-nos meditar de modo especial sobre o perdão. Qual é o verdadeiro sign

Semente do futuro

  O Papa Francisco já está em Lisboa com milhares de jovens do mundo todo. A Jornada Mundial da Juventude é o maior evento da Igreja Católica e certamente um dos maiores eventos mundiais, juntando uma multidão de jovens e adultos que procuram descontração, mas acima de tudo uma experiência de comunhão e fé. De diversas partes do planeta, todos unidos em Lisboa para viver na prática a cultura do encontro que o Papa tanto insiste e promove. O tradicional vídeo do mês com a intenção de oração do Papa não podia deixar de enfocar este tema. E com uma inovação significativa. No vídeo deste mês, Francisco respondeu a algumas perguntas de jovens que se preparavam para ir a Portugal. Três perguntas, para ser exato. E perguntas muito inquietantes e provocativas, que fazem parte do imaginário de tantos outros jovens: 1. A Igreja é coisa de velhos? 2. Por que escolheu como lema desta JMJ “Maria levantou-se e partiu apressadamente”? 3. O que espera desta JMJ de Lisboa? As respostas do Papa são, com