Avançar para o conteúdo principal

O amor que vence o sofrimento


Dor, abandono, solidão, pobreza, doenças, perseguição, guerras, racismo, pandemia... poderíamos enumerar aqui um série de realidades que expressam o “sofrimentos” no mundo atual. São tantas as formas de sofrimento que muitas delas nos passam despercebidas. Muitas vezes não nos sensibilizamos com algumas pessoas que sofrem, não percebemos a sua dificuldade e por isso não somos compassivos. Exatamente por isso o Papa Francisco nos pede, neste mês de junho, que “rezemos para que aqueles que sofrem encontrem caminhos de vida, deixando-se tocar pelo Coração de Jesus.”
Nesta intenção de oração, o Papa concentra diversos elementos fundamentais da vida de fé. Não apenas convida para rezarmos pelas pessoas que sofrem, mas pede para que estejamos ao seu lado, como família, em comunhão, como verdadeiro Corpo que somos. As pessoas que sofrem só encontrarão o caminho da vida se forem acompanhadas, se tiverem alguém ao seu lado para trilhar junto este caminho. 
Para nós cristãos, o caminho de vida é um só: Jesus Cristo. Ele mesmo que nos diz, em João 14,6: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” Para descobrirmos o verdadeiro sentido da vida, para encontrarmos a vida plena, a vida verdadeira, devemos seguir esta via. Mas Jesus nos diz mais. Ele diz como podemos trilhar este caminho de vida: “Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt 11,28). O Evangelho é um grande tesouro que nos ajuda a superar todas as dificuldades e por isso ajuda-nos a vencer o sofrimento, seja ele qual for. Em uma situação de dor, de perda, de solidão, de depressão, de incerteza ou dúvida, procure na Bíblia a luz necessária para superar tal momento. 
A Liturgia é um lugar privilegiado de contato com a Palavra de Deus. Todos os dias ela nos propõe um trecho precioso da Bíblia para meditarmos. Se participarmos regularmente da Liturgia e estivermos atentos ao que o Senhor nos diz através da sua Palavra, certamente seremos iluminados e encontraremos o caminho de vida verdadeira. A Liturgia nos ajudará a criar intimidade com Jesus Cristo e isso naturalmente nos ajudará a superar qualquer sofrimento ou dificuldade. Ela nos põe em comunicação direta com Deus e isso transforma a nossa vida e abre o nosso coração. 
Por falar em Liturgia, a segunda parte da intenção de oração do Papa toca exatamente em uma devoção cuja solenidade celebraremos neste mês: o Sagrado Coração de Jesus. Para encontrar o caminho de vida, devemos nos deixar tocar pelo Coração de Jesus, ou seja, pelo Seu Amor. Este é o sentido profundo da festa: a devoção ao Sagrado Coração é a devoção que vem do amor como princípio, que se dirige ao amor como fim, que emprega o amor como meio. Renovados pelo amor de Cristo somos impelidos a manifestar este amor na nossa vida, na nossa família, nas nossas vivências e encontros quotidianos, etc.
A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus quer nos recordar o grande amor de Deus por nós. Na Bíblia a palavra “coração” é utilizada cerca de 900 vezes. É impressionante a centralidade deste termo, especialmente na cultura hebraica. Para os judeus, o coração não é apenas o lugar dos sentimentos, mas também da razão e da comunicação. O coração é o lugar do nosso conhecimento de Deus, como lemos em 2Cor 4,6: “Deus fez brilhar a luz em nossos corações, para que se conheça em todo o seu esplendor a glória de Deus, que se reflete no rosto de Cristo.” É o ponto de comunicação/comunhão com Deus e, mais profundamente, o coração é o lugar onde Deus habita: “Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: «Abbá! Pai!» Assim, já não és escravo, mas filho” (Gl 4,6) e “que Cristo habite pela fé em vossos corações” (Ef 3,17).
Muitos santos recomendaram a devoção ao Coração de Jesus, em modo particular São João Eudes, Santa Margarida Maria Alacoque, São Luís Grignion de Montfort, Santa Catarina Labouré e São Maximiliano Kolbe. Em 1872, Pio IX concedeu indulgências especiais aos que portassem o escapulário com a imagem do Sagrado Coração. Na verdade, vários Papas incentivaram esta devoção através de encíclicas: Leão XIII na Annum Sacrum (1899); Pio XI na Miserentissimus Redemptor (1928); Pio XII na Haurietis aquas (1956); João Paulo II na Redemptor Hominis (1979). São João Paulo II tinha muito carinho pelo Sagrado Coração de Jesus e ordenou que na festa do divino coração fosse realizado o Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes. Do mesmo modo, declarou que a festa do Imaculado Coração de Maria, intimamente ligada à devoção ao Coração de Jesus, seria obrigatória em toda a Igreja universal.
Durante este mês, ao celebrarmos as diversas festas litúrgicas ou na nossa oração cotidiana, recordemos de modo especial de todas as pessoas que sofrem, e rezemos por elas, conforme nos pede o Papa Francisco.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Dinamismo della santità

La santità è la nostra vocazione principale (come battezzati), è l'essenza della vita cristiana. Essere cristiano vuol dire essere chiamato alla santità. Di questo ci ricorda Gesù che dice ai discepoli: " Siate voi dunque perfetti come è perfetto il Padre vostro celeste " (Mt 5,48); e Paolo che scrive: "Scrivo a tutti voi che siete a Roma e che siete amati da Dio e chiamati alla santità" (Rm 1,7) e "[Cristo] ci ha salvati e ci ha chiamati con una vocazione santa" (2 Timoteo 1,9 - cfr 1Ts 3,13; 4,7; 1Cor 1,2). Nel corso della storia abbiamo molti esempi di santità. Uomini e donne che hanno vissuto questa vocazione cristiana alla perfezione, che hanno vissuto in profondità il Vangelo. Erano persone normali come ognuno di noi, ma hanno vinto tutti i suoi limiti per servire Dio e rispondere alla chiamata alla santità. Come ricorda bene il generale nella sua lettera, “la santità non è lontana dalla vita delle persone comuni”. Ritornando alla questi

Do descarte ao acolhimento

  No seu vídeo do mês de setembro, o Papa Francisco apresenta e questiona algumas contradições do nosso tempo, convidando-nos a rezar pelos “ invisíveis ” da sociedade.  O Papa chama a atenção de todos nós para um problema histórico, mas que tem se agravado na sociedade contemporânea:  a indiferença . Ao mesmo tempo em que o ambiente digital e as novas formas de comunicação, sobretudo as redes sociais, permitem uma superexposição de pessoas e situações, por outro lado essas mesmas redes excluem tudo o que considera “desagradável”, feio, pouco atrativo. Tratam com indiferença um grupo muito grande de pessoas, por não serem “comercialmente interessantes”. No seu vídeo do mês, o Papa indica categorias de pessoas que se tornaram invisíveis por questão de pobreza, dependência, doença mental ou deficiência, mas se pensarmos bem existem tantas outras pessoas excluídas dos perfis digitais maquiados e inflados por diversos estratagemas comerciais a fim de atrair e cativar. Superexposição, de um

32º domingo comum - 9 novembro

Bem-vindos ao meditar a palavra do trigésimo segundo domingo do tempo comum, dia em que a liturgia destaca o tema da vigilância. Diversas vezes ouvimos na sagrada escritura o tema da espera vigilante: não sabemos nem o dia nem a hora que Cristo voltará. No evangelho deste domingo o evangelista Mateus apresenta uma pequena parábola para nos ajudar a reflectir sobre o assunto: há dez virgens a espera do noivo para poder entrar no banquete, cinco são prudentes e cinco são imprudentes. O que significa isso? Recordemos que este trecho do evangelho está inserido no chamado discurso escatológico, o quinto e último dos grandes discursos apresentados por Mateus. Os textos dos próximos domingos também tratarão do mesmo tema, a enfatizar os talentos e o juízo final. Esta parte do evangelho trata da nova vinda de Cristo, que era esperada pelos primeiros cristãos para breve, eminente, próxima. Após a ascensão, todos esperavam a vinda gloriosa e a instauração do reino no mundo. Como esta volta de Cr