A
desolação de Smaug, o segundo filme da nova trilogia
baseada nos livros de J.R.R. Tolkien, é entusiasmante. Do início ao fim,
enche-nos de expectativas, emoções, suspense e vibração. Mas é também bastante
pedagógico e cristão, ao contrário do esoterismo que os magos, elfos e anões
poderiam sugerir.
Tolkien era profundamente católico e toda a sua obra
apresenta símbolos bíblico-teológicos, além é claro de promover os valores
cristãos. Ao acompanhar Bilbo, Gandalf e os treze anões rumo a Montanha
Solitária é impossível não pensar no livro do Êxodo, que introduz-nos na saga
do povo de Deus rumo a Terra Prometida. O desejo de retornar à casa que foi dos
seus ancestrais motiva a superação de todas as dificuldades e perigos, como as
aranhas gigantes, a Floresta Tenebrosa, o ataque dos Elfos e orcs. Até um lago
teve de ser atravessado, desta vez com uma balsa e não a pé enxuto como fez
Moisés.
Impossível também não recordar o Exílio na Babilônia, cuja
dor e sofrimento são tão bem expressos pelos profetas do Antigo Testamento. É a
esperança de um dia retornar à própria terra, ao “seu lar”, que dá força para
superar o exílio, a perda e a ausência.
Esperança, por sinal, é um dos temas centrais da trilogia Hobbit. Esperança de retomar o reino, a
tradição e os valores que lhes foram roubados. Esperança de reunir a família
dispersa, de reencontrar os valores ancestrais, de redescobrir o sentido da
vida, de realizar algo significativo. Esperança de que o bem vença o mal.
Hobbit é
um filme que ensina o valor da tradição familiar, da coragem, da amizade, da
união, da superação, da doação, do sacrifício em prol do próximo, da alegria de
contemplar a vitória do bem. Um filme que mostra claramente que riqueza, poder,
“tudo é vaidade”, pois o verdadeiro sentido da vida está na fé, na esperança e
no amor ao Bem (Deus) e ao próximo.
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