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Mensagens

A mostrar mensagens de 2014

Comunicar é ir ao encontro

É impossível não ficar inquieto diante da questão fundamental e estruturante colocada pelo Papa Francisco na mensagem do 48º dia mundial das comunicações: “Como pode a comunicação estar ao serviço de uma autêntica cultura do encontro?” Superado o primeiro impulso de refletir sobre as diversas possibilidades que as novas tecnologias da informação oferecem à comunicação e ao “encontro” com inúmeras pessoas do mundo todo, e sobre a incoerência da sociedade em rede que nos aproxima do distante e nos distancia do próximo, fui “tentado” a ir além e retornar ao elemento fundador da nossa fé: a encarnação do verbo. Deus – o verbo, a palavra – fez-se homem. Este é o encontro fundamental entre a divindade e a humanidade e, como tal, modelo para toda a cultura do encontro. Professamos que Deus criador do mundo foi-se manifestando à sua criatura ao longo da história e num momento pontual revelou-se de modo definitivo. A Encarnação é por isso a comunicação perfeita entre Deus e o se

DISCONNECT

“Desligados”, de Henry-Alex Rubin, é uma história cheia de histórias. É um filme sobre os perigos da internet, de um mundo cada vez mais conectado, onde estamos constantemente expostos. Sim, mas é essencialmente um filme sobre as relações humanas e o perigo de vivermos desconectados, ou “desligados”. Não convida o expectador a desligar-se da rede virtual, mas sim a ligar-se às pessoas que estão à sua volta, especialmente as pessoas que ama e que muitas vezes se tornam distantes sem que se perceba por qual motivo. Mais do que explorar as consequências da moderna tecnologia e de como esta determina o nosso dia-a-dia, “Desligados” faz um retrato perfeito das consequências e resultados da falta de relações pessoais, fruto de contextos familiares desestruturados que marcam a nossa sociedade. Fala de cônjuges que não dialogam, irmãos que não se apoiam, pais e filhos que não expressam os seus sentimentos e angústias. Fala de pessoas que se refugiam na internet pois é ali onde encontram o

Saving Mr. Banks

Mary Poppins é um clássico e um exemplo do poder e importância das histórias e fábulas para a criação do imaginário infantil (e não só). Muitos de nós certamente já se encantaram com os livros de P.L. Travers, escritos na década de 1930, ou com o belíssimo filme de 1964 que deu rosto (e voz) à excêntrica ama inglesa. A nova produção da Disney, Ao encontro de Mr. Banks , faz-nos recordar de Mary Poppins e da família Banks; e convida-nos a ir além, descobrindo um pouco da vida que está por trás da fantasia. Faz-nos entrar num círculo criativo e belo da vida que inspira livros, livros que inspiram filmes, e filmes que inspiram atitudes. Diria que é um filme “mágico”, pois expressa com perfeição a magia que envolve a arte do cinema e da literatura. Faz-nos compreender como a arte espelha a vida e como é possível imortalizar um fragmento da história através da beleza da expressão artística. É “mágico” porque revela a capacidade que a arte tem de tocar as pessoas, de expressar sentimento

O Hobbit

A desolação de Smaug , o segundo filme da nova trilogia baseada nos livros de J.R.R. Tolkien, é entusiasmante. Do início ao fim, enche-nos de expectativas, emoções, suspense e vibração. Mas é também bastante pedagógico e cristão, ao contrário do esoterismo que os magos, elfos e anões poderiam sugerir. Tolkien era profundamente católico e toda a sua obra apresenta símbolos bíblico-teológicos, além é claro de promover os valores cristãos. Ao acompanhar Bilbo, Gandalf e os treze anões rumo a Montanha Solitária é impossível não pensar no livro do Êxodo, que introduz-nos na saga do povo de Deus rumo a Terra Prometida. O desejo de retornar à casa que foi dos seus ancestrais motiva a superação de todas as dificuldades e perigos, como as aranhas gigantes, a Floresta Tenebrosa, o ataque dos Elfos e orcs. Até um lago teve de ser atravessado, desta vez com uma balsa e não a pé enxuto como fez Moisés. Impossível também não recordar o Exílio na Babilônia, cuja dor e sofrimento são tão bem ex