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Impulso missionário!

Neste mês das missões o Papa nos pede para rezar “para que os consagrados e as consagradas despertem o seu fervor missionário e estejam presentes entre os pobres, os marginalizados e quantos não têm voz”. 
O Papa Francisco desafia-nos constantemente a “sair”, a deixar o nosso comodismo e autorreferencialidade para ir ao encontro do outro, do próximo. Insiste para que construamos juntos uma “cultura do encontro”, rompendo as barreiras e destruindo os muros que separam as pessoas. Convida-nos a edificar pontes que eliminem as “fronteiras”. E de modo muito particular, pede para irmos às periferias, para estar com os “últimos” e sentir “o cheiro das ovelhas”.
Este pedido é direcionado de modo ainda mais contundente ao clero e a todos os consagrados e consagradas, como na intenção de oração deste mês. Os religiosos e religiosas – os consagrados, nos seus diversos estilos de vida – são os primeiros que devem dar testemunho da beleza cristã, da alegria proporcionada pelo encontro com Cristo que nos salva, ilumina e conduz constantemente, pois consagraram as suas vidas inteiramente a este propósito. Todos os cristãos são convocados a serem discípulos missionários, mas os consagrados devem “primeirear” como diz o Papa, criando um neologismo muito significativo. Devem tomar a iniciativa, serem os primeiros, para inspirar e ajudar aos demais batizados a fazerem os mesmos gestos de profecia e demonstrarem o mesmo fervor missionário. 
“Que nenhuma periferia fique privada de luz” é o desejo expresso em forma de oração no final da Exortação Evangelii gaudium. Nesta mesma exortação, que é praticamente o seu projeto de pontificado, o Papa explica muito bem quais são as “periferias” que devem estar no centro da ação missionária e pastoral da Igreja. São tantas as formas de pobreza e exclusão, são tantos os males que afligem o ser humano e a sociedade atual que não podemos limitar o nosso foco às periferias físicas. 
O Papa insiste muito nas periferias pessoais e existenciais. Normalmente quem vive nestas periferias não são “pobres” materiais, mas são pessoas carentes de afeto, de estima, de atenção, de formação, de uma base familiar sólida, de amigos que lhes dê apoio e suporte, de uma mão estendida que ajude a levantar no momento de fraqueza. São imensas as formas de pobreza, são imensas as pessoas que não têm voz diante de uma sociedade hiperativa, super-veloz, rumorosa, confusa... 
Para ser missionário hoje não é preciso ir muito longe. As “periferias” estão cada vez mais perto de nós. Por isso os consagrados são convocados a mostrar o seu fervor missionário e estar presentes onde são chamados: nas escolas, nas universidades, nos hospitais, nos presídios, nas praças, nos centros de acolhimento, na cultura, nos meios de comunicação... Em todos estes ambientes se encontram pessoas marginalizadas que precisam de apoio. 
Um grupo que merece especial atenção são os jovens. É certamente um grupo que transita entre tantas periferias, cheio de carências, pleno de necessidades e fragilidades. Tanto é que o Papa resolveu convocar um Sínodo dos Bispos exatamente para refletir sobre esta realidade e todas as suas implicações no mundo contemporâneo. No último mês de abril já aconteceu em Roma um pré-sínodo, no qual jovens do mundo todo puderam expor as suas ideias e inquietações, os seus desejos e angústias. Agora, de 3 a 28 deste mês, estas reflexões serão aprofundadas pelos bispos de diferentes países. Que este seja um momento de graça para a Igreja. Que muitas boas decisões surjam durante este encontro e que os jovens possam cada vez mais sentir-se chamados à missão e participantes na vida eclesial.
Como declara o Papa na sua mensagem para o Dia Mundial das Missões, a ser celebrado no próximo 21 de outubro: “Queridos jovens, o mês missionário de outubro, em que terá lugar o Sínodo a vós dedicado, será mais uma oportunidade para vos tornardes discípulos missionários cada vez mais apaixonados por Jesus e pela sua missão até aos últimos confins da terra.”

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